Não houve sussurro. Não houve uma fala. Não houve contato.
Foi assim. Silencioso e esquecido.
Assim foi. Descontente e ignorado.
Como a brisa. Passou despercebido.
Como um furacão.Tudo acabado.
Aquilo que não começou foi destruído.
Aquilo que começou, acabou.
Se não começou, como acabou?
O gosto, o cheiro, o tato, o gosto.
Permaneceu. Ficou. Não se foi.
Nunca se foi. Não havia como fugir.
Quando queria chorar tinha que sorrir.
A angústia no peito, a dor no coração
características da paixão.
Mas não há paixão. Não há comoção.
Não há relação. O que há então?
Não houve sussurro. Não houve uma fala. Não houve contato.
Foi assim. Silencioso e esquecido.
Assim foi. Descontente e ignorado.
Como a brisa. Passou despercebido.
Como um furacão.Tudo acabado.
Aquilo que não começou foi destruído.
Aquilo que começou, acabou.
Se não começou, como acabou?
Começou com sussurro, olhar, fala e contato.
Foi assim. Delicioso e rápido.
Assim foi. Perigoso para o destino.
Um vendaval. Escuro e límpido.
Uma bagunça. Preciosa e linda
O gosto, o cheiro, o tato, o gosto.
Marcou. Ficou. Não se foi.
O pensamento não se foi.
O corpo sucumbiu.
Mas a alma não os alcançou.
E o destino os separou.
A paixão sequer começou.
Fica na mente a utopia do que poderia ter sido,
caso o destino e a alma não os tivesse separado.
Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer;
É um não querer mais que bem querer;
É solitário andar por entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É cuidar que se ganha em se perder;
É querer estar preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor;
É ter com quem nos mata lealdade.
Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade,
Se tão contrário a si é o mesmo Amor?
Luís de Camões
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