The Perfect Storm

The Perfect Storm
My mind!

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

C´est fini!?

Chegou ao fim? Acabou?
O que era doce hoje deixa um gosto amargo na boca. As alegrias se transformaram em cobrança. O que era prazeroso hoje é obrigação. As divergências não somam conhecimento, não agregam, servem para afastar mais. As diferenças se transformam em grandes obstáculos que devem ser superados s a todo instante. São montanhas gigantescas e abismos profundos que nos separam. São mundos e visões diferentes. São opiniões conflitantes. Muitas vezes travamos batalhas silenciosas. Cada um submerso no seu pensamento, maquinando, reletindo e propositalmente excluindo o outro daquele momento, seja por individualismo, egoismo, cansaço ou mesmo desânimo de compartilhar com o outro.
Como viver uma vida sozinha? Como se acostumar com a ausência? Como superar o hábito e a rotina tão bem definidos? Como não lembrar dos bons momentos e sentir aquela melancolia?
Tudo tem sua hora. Se não sabe como se comportar é porque o momento não chegou. A hora de desistir está próxima, mas ainda não chegou.
"Nada do que foi será De novo do jeito que já foi um dia
Tudo passa Tudo sempre passará
A vida vem em ondas Como um mar Num indo e vindo infinito
Tudo que se vê não é Igual ao que a gente Viu há um segundo
Tudo muda o tempo todo No mundo
Não adianta fugir Nem mentir Pra si mesmo agora
Há tanta vida lá fora Aqui dentro sempre Como uma onda no mar"

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

CONVIVÊNCIA

"Exigimos dos nossos muito próximos que concordem com nossos mesmos princípios e pensamentos senão, obviamente, estão errados. Exigimos que se comportem, pensem e julguem tal como faríamos e se, porventura estiverem em desacordo com esse ser especial que somos nós, será motivo suficiente para nos irritar. Para estarmos de bem com nossos muito próximos, até seus sentimentos devem ser iguais aos nossos: devem antipatizar-se com as pessoas das quais não gostamos, devem achar imoral aquilo que achamos, devem preferir tudo aquilo que preferimos e desprezar tudo que não gostamos, devem ser muito gratos à nós e nos gostar na medida em que achamos justo e assim por diante.
Exigimos dos muito próximos que nossos desejos não sejam apenas atendidos, mas também adivinhados, sem que tenhamos de explicar quais são esses desejos, pois, explicando e pedindo uma postura desejável não seria espontâneo, como gostaríamos que fosse. É muito importante que nosso muito próximo saiba exatamente o que nos agrada, tenha nossa mesma escala de valores e faça seus julgamentos com nossos mesmos critérios. Há pessoas que não se dão conta dessa nossa exigência desmedida em relação ao nosso muito próximo. Consideram a mágoa e irritabilidade provocada em nós por nosso muito próximo como uma resposta emocional correta, adequada às injustiças e às questões de certo e errado.
E MAIS, se pretendemos que nosso muito próximo seja como nós, pense igual à nós, julgue como nós e dê valor às coisas absolutamente como nós, podemos nos considerar frustrados e irritados desde já, pois, ele não é nós, ele é ele. Não adianta nos frustrarmos diante da eventual ingratidão desse nosso muito próximo para conosco, apesar de tudo o que fazemos por ele. A pretensão da gratidão e de reciprocidade nasce em nós. Também não adianta nos frustrarmos porque nosso muito próximo não antipatiza com as mesmas pessoas que nos são antipáticas ou não goste tanto das pessoas de quem gostamos; seus sentimentos são diferentes dos nossos.
Não há erro no fato de nosso muito próximo ser diferente de nós, ou seja, ele não é culpado pelo simples fato de ser uma pessoa diferente de nós. O erro é pretendermos que ele seja como nós, e, essa pretensão, para que ele seja como nós é nossa, ou seja, a culpa por estarmos decepcionados, magoados e irritados é nossa."

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Tributo a um cão


Quando perdemos uma pessoa querida ficamos desolados, sem chão, sem eira nem beira. Mas e quando perdemosso nosso melhor amigo, aquele que escolhemos a dedo, que cuidamos como se filho fosse, que tratamos, mimamos, brigamos, ensinamos?
 
O amor que eu sinto não cabe num texto, não cabe em palavras, não cabe. Ele era a minha vida, a minha razão, a minha felicidade, como eu costumava dizer. Parece exagero, mas num mundo onde os seres humanos mentem cada vez mais, nossos bichinos quase humanos fazem as vezes de melhores amigos, pai, mãe, irmãos, ouvintes silenciosos. São companheiros até na hora da briga. São submissos. São fiés até que a morte os separe de nós. E assim não foi diferente conosco. Foi amor a primeira vista. Eu quis tê-lo pra mim, no exato momento que o vi. Como se fosse ontem, lembro dele tão pequenino, cabendo na palma da minha mão. Lembro de todas as falcatruas, de todas peripecias, de tudo. Ele participou de tantos momentos da minha vida. Sua presença tão marcante. Era impossível: não se apaixonar por ele; não amá-lo; não querer pegá-lo no colo; não brigar com ele pelos seus latidos estridentes ou seus pulinhos alegres. Sentiu minha falta quando viajei. Viveu comigo a experiência de sair da casa dos pais e continou compartilhando comigo todos os momentos: desde uma briga em família até uma promoção no trabalho. Às vezes eu queria chegar em casa, após um dia cansativo só para vê-lo me olhando e me pedindo carinho. Pronto. Ali, meu dia começava realmente. Ele viveu tudo comigo e eu tinha a impressão de que ele entendia cada palavra minha. Curioso, né? Se para cada momento de felicidade que ele me proporcionou caisse uma única lágrima de meus olhos, teríamos um oceano.
 
Meu amor pelo bichinho de 1,2kg não tem medida, não tem tamanho. A dor da minha perda é grande, mas é diferente. É uma dor diferente. Simplesmente diferente.

E talvez doa tanto pq eu vivi intensamente com ele. Talvez doa tanto pq, apesar dos avisos, eu vivia por ele e para ele. Talvez doa tanto, pq eu nunca sequer quis cogitar a possibilidade de viver sem ele. Talvez doa tanto pq ele sempre ficou ao meu lado. Talvez doa tanto pq eu quase acreditei que ele era uma pessoinha. Talvez doa tanto pq eu tinha encontrado nele alguém com o meu temperamente, tão impossivelmente parecido comigo.
 
O grande lance é que ele nunca me magoou. Nunca. Como poderia não é mesmo? Ele vivia pra mim, por mim, comigo. Ele respirava, comia e vivia totalmente dependente de mim, do meu carinho, do meu amor e dos meus cuidados.

Sempre me considerei uma excelente "mãe". Será que foi falta de cuidado? Ou será que foi mesmo uma fatalidade? Se eu estivesse ali, um min antes. Se eu não tivesse feito assim ou assado... Impossível não pensar nessas hipóteses.
 
Na  verdade não importa. Não importa. O que importa é que a partir de hoje, chegarei em casa e não terei pulinhos (bem saltitantes) para me receber. Não terei a cabecinha minuscula no meu travesseiro a noite. Não terei aqueles olhinhos vivos me olhando e me pedindo alguma coisa. Não terei mais aquele amigo que assistia futebol e torcia junto comigo. Não terei mais aquele latido estridente que só eu amava. E amava tanto aquele latido, que me divertia vendo os outros brigarem com ele. Não terei mais muitas coisas. São tantas lembrañças que dói absurdamente só de pensar que não as terei mais no meu cotidiano. Não terei nunca mais o meu companheiro mais fiel.
 
Cachorro não é tudo igual. É como pessoa. Cada um é de um jeito, tem uma personalidade, uma característica. Do meu bebe, sentirei falta de tudo, absolutamente tudo, pq ele nasceu pra mim. Ele foi feito todinho pra mim, sem tirar nem por.
Pelo menos eu posso ter a felicidade de dizer que eu conheci o MEU cachorro. Tenho certeza que ele nasceu predestinado a mim.
Te amo, bebe. Obrigada pela cia, sempre.